O setor de turismo no Brasil alcançou um marco histórico ao encerrar o primeiro trimestre com receita de R$ 55,4 bilhões, conforme levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em dados do IBGE. Trata-se do maior faturamento da série histórica da pesquisa, superando os R$ 52,5 bilhões obtidos em 2014, até então o melhor desempenho registrado.
Corrigidos pela inflação, os números mostram um crescimento acumulado de 5,8% no ano. Apenas em março, o setor movimentou R$ 18 bilhões — uma alta de 6,6% em relação ao mesmo mês de 2023, configurando o melhor resultado para março desde 2012. A principal explicação para o desempenho expressivo foi a celebração do Carnaval, que impulsionou diversos segmentos, em especial o de hospedagem.
As receitas do setor de alojamento chegaram a R$ 2,51 bilhões no mês, avanço de 20,2% na comparação anual. No acumulado dos três primeiros meses do ano, a alta foi de 10%. Esse desempenho, porém, está ligado principalmente ao aumento dos preços. Dados do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb) indicam que, embora a taxa de ocupação tenha subido 1,1%, a tarifa média cobrada teve elevação próxima a 16%.
Outro destaque foi o transporte aquaviário, com crescimento anual de 11,5%. Embora represente uma parcela menor no total do setor, a expansão sugere aumento na demanda por serviços como ferry-boats e embarcações de passeio, também impulsionada pelo feriado prolongado do Carnaval. O transporte aéreo de passageiros também apresentou bom desempenho, com alta de 8,7% frente a março de 2024 e faturamento de R$ 4,3 bilhões. No acumulado do trimestre, a elevação foi de 8,5%. Tanto o volume de passageiros quanto a quilometragem percorrida atingiram recordes no mês.
Apesar da inflação de 6,21% nas passagens aéreas apontada pelo IBGE, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) observou uma queda na tarifa média real, que passou de R$ 673 para R$ 576. É importante ressaltar que faturamento não equivale ao lucro das empresas, já que não considera despesas e custos operacionais.
O segmento de alimentação também registrou crescimento: foram R$ 2,76 bilhões em março, uma variação positiva de 6,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A elevação nos preços dos insumos contribuiu para o aumento dos cardápios em bares e restaurantes.
Outras atividades turísticas também tiveram desempenho positivo: locação de veículos e meios de transporte (5,7%); serviços de agenciamento de viagens, operadoras de turismo e similares (2,9%); e atividades culturais, esportivas e de lazer (1,3%). A única retração foi no transporte rodoviário de passageiros, com queda de 1,5% em relação a março do ano passado.
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