
Ela chegou no universo de The Last of Us como um furacão. Abby, agora interpretada por Kaitlyn Dever na série da HBO, já causou um impacto irreversível nos fãs. Com uma entrada brutal e cheia de ódio, a personagem dividiu opiniões e reacendeu debates que os jogadores do game já conhecem de cor, e com muita dor.
Mas afinal, o que acontece com Abby no jogo? Seu destino é mesmo tão cruel quanto parece? A resposta pode surpreender até os mais atentos. Prepare-se, porque vamos destrinchar toda a trajetória.

Abby não é só a vilã: ela também é protagonista
Para quem ainda acredita que Abby é apenas uma antagonista cruel e movida por ódio, The Last of Us Part II vem para derrubar essa visão simplista. Após o assassinato brutal de Joel, que, convenhamos, foi tão impactante quanto polêmico, o jogo surpreende ao entregar para o jogador a perspectiva de Abby. E não apenas por uma cena ou duas: ela se torna uma verdadeira co-protagonista, dividindo espaço com Ellie.
Essa escolha narrativa incomum faz com que o público enxergue Abby sob uma nova luz. Ela deixa de ser “a vilã” e passa a ser uma figura complexa, moldada por dor, lealdade e escolhas difíceis. Assim como Joel e Ellie, ela também tem feridas abertas e justificativas fortes para suas ações, mesmo que nem todos estejam prontos para aceitá-las.

A vida após a morte de Joel: conflitos, fugas e redenção
Depois de matar Joel, Abby volta para Seattle, onde reencontra o caos. Lá, ela se vê imersa em uma guerra sangrenta entre dois grupos: a Frente de Libertação de Washington, onde atua como soldado, e os serafins, uma seita religiosa radical. No meio desse cenário violento, a personagem começa a repensar tudo o que acredita, especialmente após conhecer Lev, um jovem serafin que desafia tudo o que ela conhece sobre certo e errado.
Esse encontro é o ponto de virada na trajetória de Abby. Em vez de continuar seguindo ordens cegamente, ela passa a proteger Lev, uma atitude que a coloca em rota de colisão com antigos aliados e muda drasticamente sua jornada. A guerra externa começa a refletir uma guerra interna. Abby não está apenas fugindo de seus inimigos, mas também de quem ela foi.

O reencontro com Ellie: quando o ódio atinge o limite
A tensão entre Abby e Ellie não termina com a morte de Joel, muito pelo contrário. O jogo prepara o palco para um novo confronto entre as duas, com Ellie sedenta por vingança e Abby tentando seguir em frente. Após uma série de encontros carregados de dor, violência e perdas, as duas têm a chance de acabar com tudo em um combate final.
E aqui está o grande choque: mesmo com a oportunidade de matar Abby, Ellie desiste. Ela escolhe interromper o ciclo de violência que já destruiu tudo ao redor. É um momento doloroso, mas que dá espaço para algo raro nesse universo devastado, a esperança. Abby sobrevive. E vai embora com Lev, deixando para trás tudo o que conhecia.

Abby no futuro da série: o que a HBO pode manter (ou mudar)
Até aqui, a HBO tem sido relativamente fiel aos eventos dos jogos. A primeira temporada adaptou o primeiro game com poucas alterações, e a segunda já mostra os principais acontecimentos de The Last of Us Part II. No entanto, há pequenas mudanças que mostram que a série também quer contar sua própria versão.
Abby, por exemplo, teve uma introdução mais elaborada, com sua conexão com o médico morto por Joel sendo revelada logo de cara. Esse detalhe ajuda a justificar melhor suas motivações, além de torná-la uma personagem mais humana desde o início.
A base de sua trajetória deve permanecer intacta. A divisão entre a história de Ellie e a de Abby, a fuga com Lev, o confronto final… tudo indica que veremos isso adaptado na série, possivelmente entre a terceira e a quarta temporada. A dúvida agora é: o público vai perdoar Abby? Ou a rejeição da personagem será ainda maior quando tudo for mostrado em tela?

Abby não é o fim: ela é o espelho de The Last of Us
Por mais controversa que Abby seja, ela representa a essência de The Last of Us. O jogo e a série não têm heróis ou vilões óbvios. Todos os personagens são reflexos de suas cicatrizes, das escolhas que fizeram e daquilo que perderam. Abby é apenas mais uma peça em um mundo onde o certo e o errado são constantemente embaralhados.
Seu destino, por mais inesperado que pareça, é um convite à empatia. E isso é raro em qualquer narrativa. Ver alguém que cometeu uma atrocidade sendo perdoado, ainda que não totalmente, é desconfortável. Mas é justamente isso que faz The Last of Us tão especial. Ele obriga o público a sair da zona de conforto e olhar além da vingança.
The Last of Us está disponível na Max. A 2ª temporada é transmitida semanalmente, aos domingos, a partir das 22h. O episódio final da temporada será lançado no dia 25 de maio.
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