No Mês do Orgulho LGBTQIAP+, o ator Rodrigo Tardelli, conhecido por suas fortes atuações em webséries com temática LGBTQIAP+, revisita seus personagens gays e traz reflexão sobre a importância da representatividade na arte. Para o artista, esses papéis não apenas transformaram sua carreira, mas também geraram um impacto significativo na comunidade.
A interpretação de gays como Louis, de “Até Você Me Esquecer”, e Gael, de “Estranho Jeito de Amar”, foi um divisor de águas para Rodrigo. “Me abriu portas, me colocou em destaque em projetos que alcançaram milhões de pessoas, mas, acima de tudo, me aprofundou como ator”, afirma Tardelli. Com Louis, o ator explorou a complexa interseção entre saúde mental e sexualidade, abordando a esquizofrenia e a solidão de um jovem em busca de compreensão. Já com Gael, Tardelli aprofundou nas nuances de uma relação tóxica e intensa, um desafio que exigiu vulnerabilidade e entrega total em cena, contribuindo imensamente para seu crescimento artístico.
Entre os diversos papéis já vivenciados, para Rodrigo o Gael, de “Estranho Jeito de Amar”, foi o que mais o marcou profundamente. “Ele é intenso, tóxico, controlador… e, ao mesmo tempo, humano”, descreve Rodrigo. A complexidade do personagem, que transita entre o incômodo e a empatia, exigiu um trabalho psicológico intenso do ator, que precisou entender os gatilhos e traumas de Gael. “Foi uma entrega emocional que me mudou como artista e me fez ver o quanto a arte pode tocar em assuntos importantes sem perder a força do drama, da narrativa”, completa.
O impacto desses personagens no público LGBTQIAP+ e na comunidade em geral é inegável. Louis abriu um diálogo crucial sobre a saúde mental dentro da comunidade, gerando identificação e acolhimento em muitos que se viram representados pela primeira vez. A série alcançou público em diversos países, levando cada vez mais longe a mensagem da série.
Gael, por sua vez, provocou discussões intensas sobre relações abusivas, um tema muitas vezes silenciado ou romantizado, mesmo dentro do universo LGBTQIAP+. “Muita gente veio me dizer que se reconheceu, que entendeu que estava num ciclo tóxico. Isso, pra mim, é o poder da arte”, enfatiza Tardelli.
O ator lida com a responsabilidade da representatividade com seriedade e orgulho. “Não dá para interpretar um personagem gay hoje sem ter consciência da responsabilidade que isso carrega. A gente ainda vive num país onde ser LGBT+ é um ato de resistência”, pondera. Para ele, dar rosto, voz e profundidade a esses personagens é afirmar que cada história importa. Essa responsabilidade é gerenciada com respeito, estudo aprofundado, escuta atenta do público e o compromisso de sempre trazer a verdade para a cena.
O maior desafio em suas atuações tem sido manter o equilíbrio emocional. Tanto Louis quanto Gael exigiram um envolvimento profundo, lidando com cargas emocionais intensas. “Separar o Rodrigo do personagem nem sempre é fácil. Mas foi no desafio que eu cresci. E é isso que eu mais amo na atuação, ela me transforma”, conclui o ator.
Além do reconhecimento do público, esses personagens também levaram Rodrigo Tardelli a conquistar indicações e prêmios em festivais internacionais ao redor do mundo. Esse reconhecimento global não só valida o talento do ator, mas também eleva a visibilidade e a importância da representatividade da comunidade LGBTQIAP+ em uma escala global, mostrando que essas histórias têm ressonância e valor universal.