
Ragnar Lothbrok já tinha garantido seu lugar como lenda dentro da série Vikings, mas um detalhe vindo da própria História faz sua cena mais icônica ganhar ainda mais impacto. É aquele tipo de revelação que transforma um momento incrível em algo quase mitológico. O mais curioso? Ragnar nem foi o verdadeiro protagonista dessa façanha… e sim outro guerreiro que quase ninguém lembra. Mas calma, a gente vai chegar lá.
Prepare-se para revisitar o auge da série Vikings com outros olhos, e entender por que o ataque a Paris se tornou um marco ainda mais impressionante quando confrontado com os registros históricos reais.

O ataque a Paris foi o momento mais épico de Ragnar na série
Entre tantas batalhas e estratégias surpreendentes, o cerco a Paris, mostrado na terceira temporada de Vikings, é considerado o ponto mais alto da genialidade de Ragnar como guerreiro e estrategista. Enquanto muitos esperavam um ataque direto, Ragnar optou pelo inesperado, e foi isso que selou sua fama como lenda.
Após uma tentativa inicial frustrada, em que chegou a cair de uma torre e quase morrer, Ragnar se encontrou com os líderes francos, recusou ouro e prata, e pediu uma coisa simples: ser batizado. Alegou que queria reencontrar seu amigo Athelstan na vida após a morte. O gesto parecia simbólico… até ele morrer. Ou melhor, fingir que havia morrido.

A invasão surpresa que enganou até os francos
O plano parecia perfeito demais para ser real. Björn, seu filho, comunicou aos franceses que o último desejo do pai era um enterro cristão, dentro da cidade de Paris. Os francos aceitaram, e o “corpo” de Ragnar foi levado para dentro dos muros, em um caixão carregado por homens desarmados.
No momento da cerimônia, Ragnar simplesmente saiu do caixão e assassinou o bispo. Uma sequência cinematográfica que deixou muita gente boquiaberta, e que mostrou o quão longe ele estava disposto a ir pela vitória. Com as armas escondidas no caixão e os portões abertos à força, os vikings invadiram Paris e conseguiram um de seus maiores feitos. É aquele tipo de cena que você assiste com o coração acelerado, mesmo já sabendo o que vai acontecer.

Mas… Ragnar realmente fez isso na vida real?
Agora vem o detalhe que muda tudo. A estratégia de fingir a morte para invadir uma cidade não foi uma invenção da série. Ela de fato existiu, mas não partiu de Ragnar Lothbrok. O verdadeiro autor dessa tática genial foi Hastein, um guerreiro viking que lutou ao lado de Björn Ironside (filho de Ragnar) entre os anos 859 e 862.
Juntos, eles lideraram uma expedição ao Mediterrâneo e chegaram à cidade de Luna, na Itália, acreditando que era Roma. Hastein, então, simulou estar gravemente doente, pediu para ser convertido ao cristianismo, e quando foi levado à igreja… atacou. Em outra versão, ele fingiu morrer depois da conversão, foi levado dentro de um caixão e fez exatamente o que vemos em Vikings: pulou para fora e iniciou a invasão. A diferença é que, na série, toda essa glória ficou para Ragnar.

A verdade por trás da lenda de Ragnar Lothbrok
E é aqui que as coisas se misturam ainda mais. A figura de Ragnar Lothbrok, por mais carismática e poderosa que seja, não é exatamente um personagem histórico confirmado. A maioria dos historiadores concorda que Ragnar é uma fusão de vários líderes vikings reais, como o rei dinamarquês Horik I e o guerreiro Reginfrid. As sagas nórdicas foram passando de geração em geração, misturando fatos com lendas até formar a figura quase mítica que conhecemos hoje.
Ou seja, faz sentido a série ter dado o feito de Hastein para Ragnar. Não só por ele ser o protagonista mais amado, mas porque Vikings sempre misturou fantasia, tradição oral e realidade histórica para criar uma narrativa envolvente.

A genialidade do roteiro que transformou história em entretenimento
O que faz essa revelação ainda mais interessante é perceber como o roteirista Michael Hirst costurou elementos reais com criatividade narrativa. Ao transformar a história de Hastein em um momento épico de Ragnar, ele não só prestou homenagem aos registros históricos, como também criou uma cena inesquecível para os fãs da série.
Mesmo quem já sabia da falsidade da cena (do ponto de vista histórico), não pode negar que a maneira como foi construída e executada elevou a série a outro patamar. E saber que essa estratégia realmente foi usada por vikings de verdade só aumenta o respeito que se tem por aquela sequência.
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