Mais de seis anos após declarações racistas que geraram indignação nacional, a Justiça do Rio de Janeiro determinou que a influenciadora Dayane Alcântara Couto de Andrade, conhecida como Day McCarthy, indenize os atores Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso em R$ 503.892,85. A decisão, que consta no Diário Eletrônico da Justiça, estipula um prazo de três dias para que a ré quite o valor ou apresente bens à penhora.
A condenação judicial é resultado de um processo que se arrastava desde 2017, quando Day McCarthy publicou, nas redes sociais, ofensas de cunho racista direcionadas à filha do casal, Chissomo, conhecida como Titi. A repercussão na época foi imediata e intensa, mobilizando figuras públicas, entidades civis e a opinião pública contra a autora das agressões verbais.
Responsável pela sentença, o juiz Leonardo Grandmasson, da 32ª Vara Cível, classificou as publicações como “absolutamente abomináveis” e optou por não reproduzir o conteúdo dos ataques, considerando-os inaceitáveis sob qualquer perspectiva. Inicialmente, a indenização havia sido estipulada em R$ 180 mil, mas o valor foi corrigido com base em juros legais e atualização monetária, alcançando a cifra atual.
Um dos pontos considerados como agravante pela Justiça foi o fato de os ataques raciais terem sido direcionados a uma criança. Em nota oficial, a defesa da família Gagliasso Ewbank reforçou os danos permanentes causados pela violência simbólica:
“Nada apagará as marcas das atrocidades racistas cometidas pela ré”, diz o comunicado.
Mesmo com a remoção do conteúdo das redes sociais, a família ressalta que “os registros dos fatos continuarão disponíveis no ambiente virtual, que é público”, o que mantém viva a lembrança da violência sofrida.
Por meio de seus advogados, Day McCarthy chegou a emitir um pedido público de desculpas, reconhecendo a gravidade de suas declarações.
“Day McCarthy esclarece que, passados seis anos, tem o entendimento de que tais frases atribuídas a ela jamais deveriam ter sido proferidas contra qualquer pessoa, principalmente se tratando de uma criança”, afirmou a defesa.
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