
Borderlands, uma das franquias de videogame mais vendidas da história, ganhou uma adaptação cinematográfica ambiciosa e recheada de grandes atores. Mas, como já era precedido pelo histórico, ela também entrou para a interminável lista de fracassados filmes baseados em jogos.
Embora ao longo da história algumas tenham sido bem-sucedidas, muitas ainda enfrentam dificuldades para capturar a essência dos games sem alienar os fãs. No caso de Borderlands: O Destino do Universo Está em Jogo, a recepção nos cinemas não foi das melhores, mas sua chegada ao streaming pode atrair os curiosos – ou corajosos.

Uma história com mudanças significativas
A trama acompanha Lilith (Cate Blanchett), uma criminosa que retorna ao planeta Pandora para encontrar a filha desaparecida do magnata das armas Atlas (Edgar Ramírez). Para cumprir sua missão, ela reúne um grupo improvável: o mercenário Roland (Kevin Hart), a jovem explosiva Tiny Tina (Ariana Greenblatt), o brutamontes Krieg (Florian Munteanu), a cientista excêntrica Dr. Tannis (Jamie Lee Curtis) e o robô falante Claptrap (Jack Black).
Apesar de trazer elementos do universo dos jogos e um elenco que fala muito por si só, o filme se distancia bastante da mitologia original e entrega um roteiro pobre, para dizer o mínimo. Os personagens tiveram suas personalidades e histórias modificadas, gerando grande alvoroço por parte dos fãs.
Essas alterações narrativas fizeram com que muitos jogadores se sentissem desconectados da história apresentada. A relação entre Tina e Krieg, que nos games nunca teve grande relevância, foi inserida no filme sem uma construção convincente. Além disso, a trama do Cofre e dos Caçadores de Recompensa, elementos centrais do jogo, ficaram em segundo plano, tornando o enredo menos envolvente para os fãs da franquia.
Outro problema apontado foi o tom da produção. Enquanto os jogos de Borderlands são conhecidos pelo humor ácido, personagens exagerados e uma ambientação caótica, o filme adota uma abordagem que nem sempre traduz esse espírito. O resultado é um longa que oscila entre a ação e a comédia sem conseguir equilibrar esses elementos.

O desafio das adaptações de games
Transformar jogos em filmes nunca foi uma tarefa fácil. Muitas adaptações sofrem ao tentar condensar histórias extensas em pouco mais de duas horas, resultando em roteiros que não fazem jus ao material original. Além disso, há o desafio de agradar tanto aos fãs quanto ao público que não conhece o jogo, o que leva a mudanças nem sempre bem recebidas.
Borderlands: O Destino do Universo Está em Jogo apostou em um elenco de peso e na direção de Eli Roth, conhecido por seu trabalho em filmes de terror. Contudo, a falta de coesão na narrativa e a desconexão com o universo dos jogos acabaram afastando grande parte do público. O filme não conseguiu estabelecer uma identidade própria nem traduzir com sucesso o que fez dos games um fenômeno.
Com sua chegada ao streaming, o filme pode encontrar uma nova audiência. Para aqueles que nunca jogaram Borderlands, ele pode ser uma experiência de ação divertida, sem as expectativas que os fãs carregam. Já para quem conhece a franquia, a experiência pode ser frustrante.
Borderlands: O Destino do Universo Está em Jogo está disponível no Prime Video.