Casos de sífilis em alta no Brasil: entenda a doença e como se prevenir

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Sífilis pode causar inflamação cutânea (Foto: Freepik)

O Brasil enfrenta um aumento nos casos de sífilis, conforme apontam dados recentes. Em 2024, o país registrou o maior índice da série histórica, com 120 casos de sífilis adquirida por 100 mil habitantes. O levantamento revela que, entre 2010 e junho de 2024, foram contabilizadas mais de 1,5 milhão de infecções adquiridas. O Espírito Santo se destaca com um índice de 212 diagnósticos para cada 100 mil habitantes.

Apesar desse cenário preocupante, houve uma diminuição nos casos de sífilis congênita e nas detecções em gestantes. Em 2024, foram notificados 256 mil casos de sífilis adquirida, 89 mil em gestantes e 24 mil casos de sífilis congênita, resultando em 183 óbitos relacionados à doença.

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Pâmela Cristina Gaspar, coordenadora-geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, ressalta a importância do diagnóstico precoce e do tratamento oportuno, especialmente em gestantes durante o pré-natal.

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A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum. Se não tratada, pode levar a complicações neurológicas, cardiovasculares e congênitas.

O infectologista Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que a transmissão pode ocorrer por meio de qualquer contato sexual com uma pessoa infectada, seja vaginal, anal ou oral. A sífilis também pode ser transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez ou o parto, e, em casos raros, por transfusão de sangue ou contato direto com lesões ativas.

O diagnóstico da sífilis é feito através de testes rápidos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), que detectam anticorpos no sangue. A testagem durante o pré-natal é crucial para prevenir a sífilis congênita.

A infecção muitas vezes é silenciosa. Na fase inicial, surge uma ferida indolor, o cancro duro, que desaparece espontaneamente. No entanto, o desaparecimento da lesão não indica a cura. Sem tratamento, a bactéria permanece ativa e pode progredir para estágios mais graves.

O tratamento da sífilis é feito com penicilina benzatina, um antibiótico de baixo custo, e a cura é possível se o paciente seguir rigorosamente a dosagem e o esquema de tratamento indicado pelo médico, além de realizar exames de acompanhamento.

A reinfecção é possível, já que a doença não confere imunidade permanente. A prevenção, através do uso regular de preservativos e da realização de testes de rotina, é fundamental. O rastreamento de parceiros de pessoas diagnosticadas também é recomendado.

Chebabo enfatiza que a informação e o diagnóstico acessível são as ferramentas mais eficazes para combater a sífilis, e que é essencial falar abertamente sobre a doença para combater o estigma e garantir que todos tenham acesso ao conhecimento e ao cuidado necessários.

O problema se agrava em regiões com menor acesso a exames e profissionais especializados, onde o diagnóstico tardio contribui para o aumento da transmissão vertical.

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