Na terça-feira, 22 de julho, o rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, de 25 anos, se apresentou espontaneamente à Polícia Civil do Rio de Janeiro após a emissão de um mandado de prisão preventiva. Desde então, ele segue detido e foi classificado pelas autoridades como um preso de “alta periculosidade”, de acordo com o Guia de Recolhimento de Presos da Polinter. A informação foi divulgada inicialmente pela Folha de S.Paulo. Na escala de quatro níveis utilizada pela polícia, Oruam foi incluído no terceiro mais alto.
A Justiça decidiu manter a prisão do artista logo após a audiência de custódia, realizada no dia seguinte. A juíza responsável pelo caso, Rachel Assad da Cunha, confirmou que a detenção ocorreu dentro da legalidade e explicou que a audiência teve como objetivo apenas verificar se houve algum tipo de irregularidade no cumprimento da ordem judicial.
Acusações e repercussão
Oruam foi indiciado por sete crimes, incluindo tráfico de drogas, associação para o tráfico e desacato. Conforme apontado pela polícia, o rapper teria atrapalhado uma operação destinada a apreender um adolescente suspeito de roubo e de envolvimento com o tráfico. O jovem, segundo os agentes, estaria escondido na residência do artista, localizada no bairro do Joá, na Zona Oeste do Rio, na noite de segunda-feira, 21 de julho.
Diante da repercussão do caso, a assessoria de imprensa de Oruam divulgou um comunicado repudiando com firmeza a classificação dada pela polícia. “Diante das recentes notícias e especulações infundadas que têm circulado acerca do artista Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, a equipe de assessoria de imprensa vem a público esclarecer e repudiar veementemente qualquer tentativa de difamação ou disseminação de informações falsas que prejudicam a imagem do artista”, afirmou a nota.
A equipe também destacou a trajetória profissional do cantor, que é considerado um dos nomes de destaque do rap nacional. “É importante enfatizar que Oruam, um dos artistas mais bem-sucedidos e respeitados do cenário musical no rap, mantém seu foco na criatividade, na luta por reconhecimento e na produção de conteúdo de alta qualidade”, afirmou a equipe.
Defesa contesta versão policial
A nota divulgada ainda contesta diretamente a avaliação das autoridades sobre o grau de periculosidade atribuído ao artista. “Informações que associam o artista a crimes ou classificações de periculosidade são totalmente infundadas e não condizem com a realidade. Mauro se entregou à polícia por vontade própria, demonstrando sua transparência e sua postura de cidadão responsável”, disse a assessoria.
A equipe também rejeitou qualquer ligação do rapper com o crime organizado. “Ressaltamos que tais alegações relacionando o cantor a facções criminosas são falsas e sem fundamento, mas não podemos deixar de lembrar que Mauro é um artista que veio da periferia, não renega suas origens, tem orgulho da sua trajetória, da sua carreira e de não ter ligação com nenhuma facção criminosa.”
Por fim, a nota relembrou uma das frases mais repetidas por Oruam, usada como símbolo de sua luta social: “A lei tem cor”. A frase, segundo a equipe, expressa o posicionamento do cantor contra o racismo e as desigualdades que afetam jovens periféricos no país.