
Em um tempo em que remédios eram vendidos sem qualquer proteção contra violações, uma série de mortes misteriosas transformou um medicamento comum em protagonista de um dos maiores mistérios criminais dos Estados Unidos.
Em 1982, sete pessoas morreram após ingerir Tylenol contaminado com cianeto. Quarenta anos depois, a Netflix volta ao caso com um novo olhar, revelando partes pouco exploradas da história por trás das manchetes.
Caso Arquivado: Os Assassinatos do Tylenol mergulha em uma investigação que paralisou os Estados Unidos quando sete pessoas morreram de forma repentina após ingerir Tylenol contaminado com cianeto. Mesmo com uma das maiores forças-tarefa da história, ninguém foi responsabilizado.

Vítimas de um crime impensável
A série apresenta com detalhes quem eram as vítimas: uma menina de 12 anos que tomou o medicamento por causa de um resfriado, um carteiro que buscava alívio para dores no peito, e um casal que morreu no mesmo dia, após sofrer com dores de cabeça.
Com a confirmação de que os comprimidos estavam contaminados com uma dose letal de cianeto, a população foi orientada a suspender o uso do Tylenol. O que inicialmente parecia um erro de fabricação logo se revelou um caso de adulteracão criminosa, feito após a distribuição do produto.
As pílulas alteradas vinham de diferentes unidades de produção, mas foram comercializadas em lojas da mesma região. Isso levou as autoridades a suspeitarem de uma contaminação proposital realizada nas prateleiras, e não nas fábricas.

O nome que virou o centro das investigações
O caso parecia sem pistas concretas até que, uma semana depois das mortes, a Johnson & Johnson recebeu uma carta de extorsão. O autor ameaçava novos ataques caso não recebesse um pagamento milionário.
A partir disso, a polícia chegou a James Lewis, um homem com histórico criminal e conexões suspeitas. Usando o nome falso Robert Richardson, ele já havia sido investigado por homicídio e fraude.
A descoberta de rascunhos da carta de extorsão e de um livro sobre venenos em sua casa reforçou ainda mais as suspeitas. Apesar disso, nunca houve provas suficientes para ligá-lo diretamente aos assassinatos.
Lewis foi condenado apenas pela extorsão e cumpriu mais de 12 anos de prisão. Em entrevista ao documentário, ele nega qualquer envolvimento e alega que usou o nome de um desafeto na carta para incriminá-lo.

Os bastidores da investigação
Na época, a Johnson & Johnson interrompeu imediatamente a venda do produto, em um movimento que culminou no maior recall da história. Porém, embora a empresa negasse o uso de cianeto, documentos e relatos indicam que a substância era usada em testes de controle de qualidade.
Além disso, investigações internas da própria companhia teriam dificultado o acesso às reais condições de produção. Famílias das vítimas chegaram a processar a empresa, que preferiu resolver os casos judicialmente com acordos financeiros, sem admitir culpa.
Quatro anos após os crimes, uma nova morte relacionada ao Tylenol reforçou a necessidade de revisar os protocolos de segurança. Mesmo com três camadas de proteção, frascos adulterados conseguiram chegar ao mercado, o que gerou novos questionamentos sobre a eficácia das medidas.

Um crime marcado pela dúvida
O caso Tylenol gerou mudanças profundas em toda a indústria. Hoje, lacres de segurança e embalagens invioláveis são padrão no setor farmacêutico e alimentício. Ainda assim, nenhuma dessas mudanças foi capaz de dar respostas definitivas às famílias das vítimas.
James Lewis continuou sendo investigado até seus últimos dias de vida, tendo sido interrogado novamente pelo FBI em 2022. Ele morreu em 2023 sem nunca ter sido acusado formalmente pelos assassinatos.
Com uma narrativa densa e cheia de reviravoltas, Caso Arquivado: Os Assassinatos do Tylenol propõe uma revisão crítica do caso, resgatando documentos, depoimentos e contradições que desafiam a versão oficial.
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