A expansão do universo de Game of Thrones pela HBO tem gerado tanto entusiasmo quanto controvérsias. Desde a estreia de A Casa do Dragão, as adaptações feitas em relação ao material original de George R.R. Martin são constantemente debatidas pelos fãs.
Algumas liberdades criativas trouxeram maior profundidade aos personagens e à narrativa, enquanto outras causaram divisão entre o público e críticos. Até o próprio Martin já expressou insatisfação com certas decisões criativas.
Com a terceira temporada a caminho, as alterações devem continuar. Embora adaptações sejam inevitáveis em qualquer produção, algumas decisões podem comprometer momentos fundamentais da história. Um desses casos envolve Helaena Targaryen e sua relação com o dragão Dreamfyre, cuja exclusão pode comprometer uma das sequências mais marcantes e emocionais do futuro da série.
Cuidado: Spoilers à seguir!
A relação entre Helaena e Dreamfyre
Nos livros, Helaena Targaryen não é uma guerreira, mas tem uma conexão forte com Dreamfyre, frequentemente voando com seu dragão. No entanto, a série optou por remover completamente essa relação. Em um dos episódios da segunda temporada, Alicent Hightower chega a afirmar explicitamente que Helaena “não monta” dragões.
Essa escolha pode ter sido motivada por questões de orçamento, evitando gastos com CGI desnecessários. Contudo, ao eliminar essa conexão, a série perde um elemento que poderia enriquecer ainda mais a história de Helaena, principalmente em relação a seu dom profético.
A falta dessa relação também compromete um dos momentos mais devastadores da história com a morte de Helaena e suas consequências. Nos livros, a dor causada por sua morte afeta profundamente Dreamfyre, que reage de maneira visceral.
Sem essa ligação previamente estabelecida, a cena perde impacto. Se a produção decidir incluir a reação de Dreamfyre à morte de Helaena, pode soar forçado ou sem contexto para o público, enfraquecendo um dos momentos que poderia ser um dos mais marcantes da temporada.
A batalha no Fosso dos Dragões
Outro ponto afetado é a cena do Assalto ao Fosso dos Dragões, um dos momentos mais grandiosos e brutais da Dança dos Dragões. Durante essa sequência, a população de Porto Real invade o Fosso e massacra os dragões que estão ali presos. Dreamfyre tem um papel essencial nessa batalha, enfrentando os atacantes de maneira feroz antes de ser derrotado.
Se a relação com Helaena tivesse sido devidamente explorada, a morte de Dreamfyre poderia carregar um peso ainda maior, simbolizando não apenas o fim de uma criatura lendária, mas também um reflexo do caos e da queda da Casa Targaryen. Sem isso, o momento corre o risco de ser apenas uma cena de ação impactante, mas vazia de significado emocional.
Muitas das alterações feitas têm justificativa narrativa, mas essa em particular parece ser um erro que poderia ter sido evitado. Manter a conexão entre Helaena e Dreamfyre não exigiria grandes esforços ou mudanças estruturais, apenas algumas cenas estabelecendo sua relação ao longo da história.
A Casa do Dragão está disponível na Netflix.
O post A Casa do Dragão: 3ª temporada já arruinou uma das cenas com dragões mais devastadoras que a série teria apareceu primeiro em Observatório do Cinema.