Animação envolvente com Heloísa Périssé chega aos cinemas

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Animações que abordam o conceito de legado familiar e amadurecimento não são novidade no cinema. Produções como Viva – A Vida é uma Festa e Red: Crescer é uma Fera já exploraram esse tema de maneiras envolventes, emocionantes e criativas.

O novo longa Deu Preguiça, que chega hoje aos cinemas brasileiros, segue essa mesma linha, trazendo a história da família Romero Flores, um grupo de preguiças cozinheiras que se vê obrigado a recomeçar após perder tudo em uma tempestade.

Uma história simples e envolvente

A trama acompanha Laura, uma adolescente que não quer seguir os passos dos pais no ramo da culinária e acaba cometendo um grande erro ao entregar o livro de receitas da família para Dotti Pace, a antagonista dona de uma grande rede de fast food.

O clichê da jovem rebelde que quer seguir um caminho distante do sonho dos pais e precisa aprender a valorizar suas raízes é o motor da narrativa, que se desenrola de forma previsível, mas envolvente. O desenvolvimento da história é leve, com humor acessível e momentos emocionantes que garantem o entretenimento, ainda que sem grandes inovações.

Visualmente, Deu Preguiça tenta seguir a tendência de animações como Homem-Aranha no Aranhaverso e As Tartarugas Ninja: Caos Mutante, mas não alcança o mesmo impacto. O estilo pode causar estranhamento em alguns momentos, especialmente para aqueles que já estão acostumados com uma fluidez mais refinada. Ainda assim, o uso de cores vibrantes e uma série de momentos divertidos dão energia à produção e ajudam a prender a atenção do público infantil.

Personagens são o grande trunfo

Se a história não traz grandes surpresas, os personagens compensam. Cada personagem do filme tem uma personalidade bem definida. Os amigos de Laura são personagens extremamente carismáticos, companheiros para todas as horas e, de longe, os mais divertidos do filme. Já os membros da família Romero Flores também têm seu charme, contribuindo para a dinâmica familiar envolvente que se torna o coração da narrativa.

Luiz, o patriarca, é um dos destaques, funcionando como o pilar emocional da trama e ponto de equilibrio da família. Com frases marcantes, um coração enorme e uma postura acolhedora, ele se torna um dos personagens mais memoráveis e a cola que mantém os Flores fortes e unidos. 

Gabi, a mãe, também tem uma presença forte, e sua jornada chama atenção por um detalhe sutil: o roteiro sugere, sem nunca afirmar explicitamente, que ela pode estar lidando com os primeiros sinais de Alzheimer. A trama não entrega essa informação de forma direta, mas os adultos mais atentos perceberão os pequenos indícios espalhados ao longo do filme. Esse subtexto inesperado pega os espectadores de surpresa e adiciona uma intensa camada emocional que se torna avassaladora para aqueles que pegam a mensagem em meio a narrativa divertida.

Heloísa Périssé e Tontom falam sobre a dublagem

Um dos aspectos mais interessantes de Deu Preguiça! é a dublagem de Heloísa Périssé e sua filha, Tontom, que dão voz às protagonistas Gabi e Laura. Durante a premiére do filme, as duas conversaram com o Observatório do Cinema sobre a experiência.

Tontom, que estreia como dubladora mas já tem uma trajetória na música, contou que adorou explorar sua voz de uma maneira diferente e que gostaria de participar de novos projetos futuramente. Segundo ela, o processo de gravação foi intenso e aconteceu em apenas dois dias, tornando tudo ainda mais desafiador e emocionante.

Já Heloísa destacou o prazer de trabalhar ao lado da filha e mencionou que se identifica bastante com sua personagem, especialmente por ser uma “mãezona”. A conexão entre as duas se reflete na interpretação de voz, trazendo autenticidade para a relação entre Laura e Gabi no filme e emocionando nos momentos mais familiares da trama. Escolhe-las para interpretar mãe e filha foi uma decisão acertada, pois acrescenta de forma orgânica uma emoção genuína díficil de alcançar. 

Deu Preguiça! não revoluciona o gênero, mas entrega uma história fofa, cheia de mensagens sobre legado, resiliência e amadurecimento. O filme aposta em clichês familiares e um visual que pode dividir opiniões, mas se sustenta na força de seus personagens e em momentos que conseguem emocionar através de uma história leve e reconfortante.

Deu Preguiça está em cartaz nos cinemas brasileiros.

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