
A Casa do Dragão, que está na Max, é um drama de fantasia que foca na queda da poderosa família Targaryen, uma das casas mais emblemáticas dos Sete Reinos. Ambientado cerca de 200 anos antes dos eventos de Game of Thrones, o programa revela aos poucos como a dinastia Targaryen perdeu seu domínio e influência, enquanto o reino que um dia experimentou paz sob o reinado do rei Viserys se desintegra em um clima de instabilidade crescente.
Logo após a morte de Viserys, o que parecia ser um período de estabilidade se transforma em uma amarga e implacável rivalidade entre os membros da família, com irmãos disputando o trono de ferro. O enredo mergulha na complexidade das relações familiares, onde a traição, o egoísmo e a sede pelo poder tomam o centro da narrativa, levando à eclosão de uma guerra civil devastadora, conhecida como a Dança dos Dragões.
Com o avanço para a segunda temporada, novos e maiores conflitos se desenham no horizonte, com diversos personagens traçando destinos cada vez mais sombrios e incertos. Cada uma dessas figuras contribui para a tensão crescente, e suas ações moldam um cenário cada vez mais sangrento e implacável. As disputas, tanto internas quanto externas, deixam claro que o destino da Casa Targaryen está longe de ser resolvido.
No entanto, a série também se destaca pelos traços negativos de muitos de seus personagens. Muitos exibem características como passividade, vingança, indecisão e imprudência, que, longe de humanizá-los, os tornam figuras antipáticas e, por vezes, irritantes. Esses elementos não só aumentam as tensões, mas também provocam uma reflexão sobre como a ambição e o desejo de poder podem corromper até mesmo os membros de uma das famílias mais poderosas da história dos Sete Reinos.

Alys Rivers é subutilizada e chata como a Femme Fatale de Harrenhal
Alys Rivers é introduzida em A Casa do Dragão, Temporada 2, de maneira misteriosa, com pouca ou nenhuma explicação sobre a razão de ela residir em Harrenhal. Sua presença é enigmática, e ela se apresenta como a mestre não oficial do castelo, após o afastamento do verdadeiro mestre, que fugiu de um lugar conhecido por sua reputação mal-assombrada. Quando Daemon chega a Harrenhal, com o objetivo de estabelecer ali sua base de operações para a iminente Guerra Civil Targaryen, Alys rapidamente começa a manipular a situação.
Enquanto Daemon se estabelece em sua nova fortaleza, ele começa a ser assombrado por sonhos vívidos e a se distanciar cada vez mais da realidade. Alys, aparentemente disposta a ajudá-lo, logo revela que sua verdadeira agenda é mais egoísta do que parece. Ao invés de ser uma aliada genuína, ela parece agir em benefício próprio, usando magia para influenciar Daemon, ao ponto de lhe profetizar que ele morrerá em Harrenhal.
Infelizmente, Alys é uma personagem subdesenvolvida até agora, especialmente considerando seu papel significativo nos livros. Sua história foi pouco explorada, deixando muito a desejar em relação à profundidade que ela poderia oferecer. Espera-se que, na terceira temporada, a trama de Alys Rivers seja mais detalhada, afastando-se da abordagem monótona e dando a ela a complexidade que merece.

Aemond Targaryen é um vilão com pouco ou nenhuma redenção
Em A Casa do Dragão, Aemond Targaryen é o exemplo clássico do garoto que, após ser intimidade, se transforma em um agressor. Durante sua infância, ele esperava que a interação com um dragão fosse uma experiência mágica, mas, ao invés disso, se vê envolvido em uma briga cruel com um de seus sobrinhos, perdendo um olho. Esse incidente, que só agrava a animosidade entre as famílias rivais, cria uma ferida que parece crescer à medida que ele envelhece. No entanto, Aemond opta por deixar sua raiva apodrecer, alimentando um ressentimento profundo.
Em uma das primeiras batalhas de dragões da série, Aemond ataca seu primo mais novo, Lucerys, e, sem querer, o mata. Embora ele demonstre um pingo de arrependimento, o incidente só serve para intensificar a animosidade crescente entre Alicent e Rhaenyra, colocando ainda mais combustível no fogo do conflito familiar. Quando a guerra finalmente estoura, Aemond toma ações deliberadas contra seu irmão para usurpar o trono. Ele se torna particularmente detestável porque, em todas essas situações, mantém uma expressão imperturbável, fria e presunçosa, como se suas ações não tivessem consequências.

A história de origem de Mysaria torna seu comportamento manipulador e egoísmo ainda mais irritantes
Mysaria tem uma história de origem profundamente angustiante. Ela fugiu de casa após seu pai, um estuprador, tentar matá-la, e passou a viver em um bordel em Westeros. Eventualmente, ela cruza o caminho de Daemon Targaryen, aproximando-se dele e tornando-se uma de suas aliadas mais estratégicas. No entanto, suas motivações permanecem nebulosas, pois todos ao seu redor parecem ser apenas peças em um jogo que ela própria manipula.
Assim como Alys Rivers, a complexidade de Mysaria é uma faca de dois gumes. Ela é uma personagem central em A Casa do Dragão, mas suas ações manipuladoras tornam difícil para o público sentir empatia por ela. Embora a luta de Mysaria para sobreviver seja inegavelmente trágica, suas estratégias manipulativas para ganhar poder acabam tornando-a uma figura irritante. Sua jornada é marcada por um contraste entre a vítima e a manipuladora, o que a torna uma personagem envolvente, mas de difícil simpatia.

Criston Cole é mesquinho, relutante e hipócrita
Ser Criston Cole começa sua jornada em A Casa do Dragão como um personagem honrado, servindo como Kingsguard de Rhaenyra. No entanto, sua trajetória toma um rumo vingativo após Rhaenyra rejeitá-lo. Quando ele propõe que ela fuja com ele, ela recusa, e esse momento se torna o ponto de virada em sua personalidade. A partir daí, Criston se alinha com os inimigos de Rhaenyra, começando sua descentralização moral. Depois de denunciá-la, ele se junta a Alicent Hightower, apenas para se apaixonar por ela também, complicando ainda mais seus próprios sentimentos e escolhas.
Ser Criston Cole é, sem dúvida, um dos personagens mais letais de A Casa do Dragão. No entanto, sua possessividade e tendência a atacar tornam-no, muitas vezes, insuportável para o público. Sua busca implacável por vingança e a forma como se entrega à ira o tornam uma figura complexa e contraditória. No entanto, há uma pequena esperança para seu desenvolvimento, já que, mesmo no meio do caos da guerra civil e das batalhas de dragões, ele parece, por momentos, manter algum nível de lucidez, o que poderia indicar uma possível redenção.

Aegon II Targaryen é um rei mimado e de mente simples, com pouco ou nenhum cuidado com as pessoas pequenas
Quando Alicent Hightower teve filhos com Viserys, isso colocou seus filhos na linha para o trono. Embora Rhaenyra seja a herdeira legítima, Alicent interpreta mal a fragilidade de seu marido moribundo e, ao morrer Viserys, coloca Aegon II Targaryen no trono. Aegon II, no entanto, é facilmente manipulado e está longe de ser o tipo de monarca honrado que seu pai foi.
Aegon II é egoísta, preguiçoso e ávido por poder, mas carece da astúcia necessária para sustentar sua ambição. Quando não está sendo manipulado por outros, suas ações só servem para enfraquecer ainda mais a dinastia Targaryen. O aspecto mais irritante sobre Aegon II é sua falta de direção como rei. Ele nunca desenvolve um intelecto estratégico nem aprende a lutar de forma eficaz, tornando-se uma figura sem rumo que jamais se adapta à responsabilidade de governar.

Vaemond Velaryon esperava apoio ou ao menos simpatia por sua crítica direta aos Targaryens
Vaemond Velaryon é um personagem que se mantém firme em suas crenças, intransigente e impetuoso, mas com uma falha fatal em seu julgamento. No tribunal, ele escolhe o momento errado para apresentar sua reivindicação ao título de Driftmark. Ao desrespeitar abertamente o rei, Vaemond vai além ao declarar que os filhos de Rhaenyra são bastardos. Embora fosse um fato amplamente conhecido, ele falhou em ler a sala, ignorando as consequências de suas palavras.
Enquanto Vaemond esperava apoio ou ao menos simpatia por sua crítica direta aos Targaryens, a reação foi bem diferente. O que se seguiu foi um golpe mortal, com Daemon cortando sua cabeça com uma espada. Vaemond pode ter sido honrado e sincero em suas convicções, mas sua incapacidade de escolher o momento e o local adequados para defender suas reivindicações foi sua queda. Ele subestimou a dinâmica do poder e pagou um preço alto por isso.

Alicent Hightower vai contra a verdade e continua com ações questionáveis contra sua própria família
Alicent Hightower é uma das personagens mais complexas de A Casa do Dragão. Ela foi manipulada por seu pai, que, como Mão do Rei, a forçou a um casamento com Viserys. Esse casamento, quase instantaneamente, parecia uma traição à amizade que ela compartilhava com Rhaenyra. No entanto, quando ela teve filhos com Viserys, Alicent começa a perceber a importância da posição de poder que seu pai a ajudou a conquistar.
Apesar de suas palavras de amizade para Rhaenyra, Alicent deliberadamente buscou o trono para seus filhos e alimentou o caos que os Targaryen ansiavam. Quando essas ações culminam em uma guerra devastadora, Alicent, de maneira quase desesperada, finalmente parece relutar em promover ainda mais o conflito na guerra civil Targaryen, mas já é tarde demais. Como muitos fãs apontaram, o que é particularmente irritante é o fato de que Alicent constantemente recebe oportunidades de redenção, mas, em vez de aproveitá-las, ela parece desperdiçá-las de maneira repetitiva. Essa falta de evolução moral e sua incapacidade de aprender com seus erros tornam a personagem ainda mais frustrante.