
A primeira temporada de One Piece surpreendeu o mundo. A adaptação live-action da Netflix, que muitos juravam que daria errado, acabou conquistando até os fãs mais exigentes. Com uma média altíssima de aprovação no Rotten Tomatoes e elogios até de quem torcia o nariz para adaptações de animes, a série mostrou ser possível fazer justiça a uma obra tão amada quanto o mangá de Eiichiro Oda.
Mas agora vem o verdadeiro teste. A segunda temporada está em desenvolvimento e, se tudo der certo, pode consolidar One Piece como a melhor adaptação live-action de anime já feita. Só que o “se” aqui é grande. Vamos conferir os cinco pontos que podem colocar a segunda temporada em risco.

A chegada de Chopper pode assustar mais do que encantar
Um dos personagens mais adorados da saga está prestes a dar as caras na série. Tony Tony Chopper, a pequena rena doutora da tripulação, é um ícone absoluto entre os fãs de One Piece. Mas aqui está o problema: Chopper não é humano. Ele é uma rena que fala, luta e muda de forma, e isso exige um nível de efeitos visuais altíssimo para funcionar.
Se o design não for bem executado, o risco de cair no chamado “vale da estranheza” é grande. Ninguém quer ver um Chopper que pareça um boneco de borracha mal renderizado. A boa notícia é que a Netflix já começou a preparar o terreno, inserindo teasers do personagem e apostando na tecnologia para torná-lo convincente.

Nico Robin pode ter uma estreia sem impacto
Outro nome de peso que deve aparecer é Nico Robin, sob o codinome Miss All Sunday. A personagem é fundamental para o futuro da trama, mas na fase que será adaptada, seu papel ainda é pequeno. E isso pode ser um problema.
Muitos fãs esperam uma introdução marcante, mas Robin aparece brevemente antes de ganhar destaque real. Se a série seguir à risca o mangá, ela corre o risco de parecer irrelevante demais para quem não conhece a história. A produção pode até contornar isso, como fez com Koby na primeira temporada, expandindo sua participação com cenas paralelas. Mas, se mal dosado, o resultado pode ser confuso ou até decepcionante para o público.

Crocodile pode perder sua aura de mistério
Quando se fala nos vilões mais memoráveis de One Piece, Crocodile está no topo da lista. Interpretado por Joe Manganiello, o personagem promete mexer com a cabeça dos fãs. O ator já confirmou que sua versão do vilão vai explorar detalhes ocultos do passado de Crocodile, algo que pode ser tanto genial quanto perigoso.
Revelar demais pode acabar com o mistério que envolve o personagem. Um vilão enigmático, quando explicado demais, arrisca perder impacto. E considerando que essa segunda temporada nem sequer chegará à parte mais intensa do arco de Arabasta, onde Crocodile brilha de verdade, a exposição antecipada pode gerar um desequilíbrio narrativo. Ainda assim, saber que Manganiello teve contato direto com Oda para tratar desse background é um alívio. Mas nem por isso o risco deixa de existir.

O recorte de arcos pode prejudicar o ritmo da história
A temporada vai adaptar uma sequência de arcos, Loguetown, Reverse Mountain, Whiskey Peak, Little Garden e Drum Island, mas vai parar antes do grand finale de Arabasta. A decisão pode fazer sentido em termos de estrutura, afinal são muitos capítulos e não dá para correr com tudo. Mas isso pode transformar a temporada em uma longa preparação para algo que não chega a acontecer.
É como assistir a um filme que termina no segundo ato. Sem a conclusão de Arabasta, o sentimento de encerramento pode não vir. E isso é perigoso, especialmente para o público que não conhece o mangá ou o anime.
Quem assiste esperando um arco completo pode se frustrar. Por outro lado, se a construção for bem feita, a temporada pode ser uma ponte poderosa, desde que consiga se sustentar sozinha, sem parecer um prólogo estendido.

Wapol pode ser ofuscado por vilões maiores
O último problema é mais sutil, mas igualmente importante: o vilão final da temporada será Wapol, e ele simplesmente não tem o mesmo peso de Crocodile. Apesar de Drum Island ser um arco emocionalmente forte, com a origem de Chopper e temas importantes como abandono e redenção, Wapol não é exatamente um vilão para o público geral.
Se a presença de Crocodile for muito forte ao longo dos episódios, Wapol pode parecer um obstáculo secundário, quando, na verdade, deveria ser o clímax da temporada. Para evitar isso, a produção pode seguir o mesmo modelo usado com Arlong, que apareceu desde os primeiros episódios da temporada anterior. Assim, Wapol ganharia tempo de tela, se tornaria mais ameaçador e seu confronto final teria mais peso.
One Piece está disponível na Netflix.
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